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Câncer na base do crânio: cordomas são raros, mas merecem atenção

O crânio é uma estrutura rígida da cabeça, com a complexa função de proteger o órgão mais vital do corpo humano: o cérebro. Ele abrange também órgãos responsáveis por sentidos como o olfato, visão e audição, além de auxiliar os aparelhos respiratório e digestivo.


Sua formação é óssea e cartilaginosa, dividida em cinco grandes partes: vista anterior (frontal), lateral, posterior, superior e a base do crânio, que é localizada desde a nuca até os dentes do lado superior da boca. Esta parte, porém, é uma das mais atingidas pelo cordoma, um tipo raro de câncer nos ossos, que pode ocorrer também na coluna.


A formação do cordoma se inicia a partir das células no embrião em desenvolvimento que se tornam os discos da coluna vertebral. Essas células geralmente desaparecem durante e logo após o nascimento, porém, algumas estruturas podem permanecer e, raramente, podem se transformar em tumores – a incidência do cordoma é de um caso a cada um milhão de pessoas.


O cordoma pode ocorrer em qualquer idade, mas a maioria dos casos é diagnosticado entre os 40 e 60 anos. Geralmente o crescimento é lento, mas sua localização, próxima a nervos e estruturas críticas do cérebro, exige atenção imediata após o diagnóstico.


Existem fatores de risco para o cordoma?


Atualmente não se sabe qual a causa do cordoma. Os pacientes com esse tipo de tumor apresentam uma pequena alteração em uma proteína chamada braquiúria, que é produzida pelo gene TBXT, mas ainda é estudado por cientistas o que pode ocasionar essa mutação.


Como o cordoma pode ser identificado


Os sintomas do cordoma podem variar de acordo com o paciente e dependem da localização do tumor (seja na base do crânio ou na coluna). O crescimento geralmente é lento no início e a doença é assintomática – ou seja, não apresenta sinais. Porém, o cordoma pode ser relacionado aos seguintes sintomas:

  • Dores no local do tumor, causadas pelo seu crescimento;

  • Dores nas costas que podem se espalhar para outras partes do corpo;

  • Diminuição da sensibilidade para dor, calor e frio;

  • Perda da função intestinal ou da bexiga;

  • Dificuldades para andar, aumentando o risco de quedas;

  • Perda de sensibilidade ou fraqueza muscular;

  • Dores de cabeça constantes;

  • Dificuldades para respirar ou engolir;

  • Alteração no olfato;

  • Visão alterada e/ou borrada;

  • Perda de peso repentina.


Quadros clínicos como náuseas, vômitos e perda de memória também podem estar relacionados.


Esses sintomas nem sempre estão relacionados à doença, mas é preciso consultar um médico para uma avaliação mais precisa, como um especialista em cabeça e pescoço neurocirurgia ou otorrinolaringologia.


O médico verificará sua visão, audição, coordenação, reflexos e até sua memória. Exames de imagens, como ressonância magnética e tomografia, ajudarão a localizar o tumor e observar se chegou a atingir alguma outra parte do corpo. Se precisar de mais análises, poderá ser feita uma endoscopia nasal com biópsia, que removerá uma parte da área suspeita para avaliação no microscópio.


Vida dos pacientes diagnosticados com cordoma


Como os casos de cordoma são bastante raros, o prognóstico para os pacientes diagnosticados com a doença não é tão preciso. As chances de sucesso no tratamento dependem da localização do tumor e em qual estágio ele foi detectado - quanto mais precocemente for o diagnóstico, maiores as possibilidades do paciente ser curado.


Tratamento do cordoma


Por causa da sua localização (perto da medula espinhal e de estruturas como artérias, nervos e cérebro), o tratamento do cordoma é muito desafiador. De acordo com o estadiamento definido pelo diagnóstico, vários tratamentos podem ser indicados para esse tumor na base do crânio, que podem incluir combinações de cirurgia, radioterapia ou somente o acompanhamento da doença – em casos raros, quando o tumor não cresce e nem causa complicações ao paciente.


Já a cirurgia pode ser feita de diversas formas, como a craniotomia. Em cerca de 90% dos pacientes é possível um tratamento menos invasivo como a cirurgia endonasal endoscópica, na qual o cordoma pode ser removido sem incisões (cortes) no rosto ou mesmo no crânio. Outras técnicas minimamente invasivas podem ser feitas com incisões na sobrancelha ou atrás da orelha.


Se o cordoma for removido completamente durante a cirurgia, ela pode ser o único tratamento necessário. Caso precise, a radioterapia é um procedimento complementar, eliminando as células cancerígenas restantes no local.

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