Existe câncer de ouvido?

Talvez você não conheça ou nunca tenha se deparado com uma pessoa com câncer de ouvido (ou de orelha). Mas esse tipo de câncer, embora raro, existe.

Antes de abordarmos esse tema,  vamos entender como é a estrutura de nosso ouvido. Ele é  formado por três partes:

• Ouvido externo – onde fica o canal auditivo.

• Ouvido médio  – abriga o tímpano, a bigorna, o martelo e o estribo.

• Ouvido interno – onde estão o estribo, o nervo auditivo e a cóclea.

Tipos de câncer de ouvido

Um câncer de ouvido pode se desenvolver nas partes externa, média e interna da orelha. É mais comum atingir a parte externa e, dependendo do tipo,  pode se espalhar para outras estruturas em um processo chamado metástase.

Na parte externa do ouvido, os cânceres são os mesmos que afetam nossa pele. Entre os principais tipos estão:

• Carcinoma basocelular – câncer mais comum, forma nódulo ou lesão nas células a camada externa da pele da orelha. Não costuma ser agressivo.

• Melanoma - câncer mais agressivo, com alto risco de metástase.

• Carcinoma de células escamosas - tem origem na camada mais externa da pele da orelha, tem crescimento lento e baixo risco de metástase.

Na regiões média e interna do ouvido, os tipos de câncer são:

• Carcinoma adenoide cístico – um câncer raro que, em casos ainda mais raros, pode se desenvolver no canal auditivo.

• Adenoma ceruminoso – forma-se nas células que produzem a cera de ouvido. Esse câncer não se espalha, mas pode prejudicar o canal auditivo.

• Rabdomiossarcoma – câncer infantil raro em adultos.

Principais fatores de risco do câncer de ouvido

O câncer de ouvido pode atingir pessoas de todas as idades, inclusive crianças. Mas há predominância entre os idosos. Os principais fatores de risco são:

• Infecções crônicas de ouvido.

• Perfurações na orelha.

• Algumas doenças hereditárias.

• Exposição à radiação.

• Exposição repetida à água fria, como acontece na prática do mergulho.

• Tabagismo

Sinais e sintomas do câcer de ouvido

 Os sinais de alerta variam de acordo com a localização do câncer, mas em geral são:

• Perda parcial da audição.

• Incapacidade de mover a face no lado afetado.

• Dor de ouvido.

• Inchaços nos gânglios linfáticos no pescoço.

• Caroço no canal auditivo.

• Dor de cabeça.

• Sensibilidade  ou vertigem causados pela luz.

• Sensação de fraqueza no rosto.

• Zumbido.

• Secreção ou sangramento no local.

• Presença de um ponto inflamado, uma pinta ou mancha com coloração e formato irregular.

 

Como é o diagnóstico do câncer de ouvido 

O  diagnóstico precoce do câncer de ouvido é importante para um tratamento  com melhores resultados e menos agressivo. O diagnóstico começa por um exame físico detalhado em que o médico avalia a região externa da orelha. Ele também verifica o canal auditivo com ajuda de um otoscópio.

Caso suspeite de um câncer de ouvido,  o médico poderá prosseguir com mais exames, entre eles:

• Tomografia Computadorizada  e Ressonância Magnética  – avalia a extensão do tumor e possíveis invasões ósseas ou nervosas.

• Audiometria – avalia  a capacidade auditiva.

• Biópsia –  remoção de algumas células ou do tumor inteiro. O material é examinado por um patologista para confirmar ou excluir o diagnóstico.

 

Tratamento do câncer de ouvido

O tratamento também varia conforme a localização e tipo de tumor e pode incluir:

• Cirurgia Mohs para remover células cancerígenas de pele que se desenvolvem na orelha.

• Radioterapia, radiocirurgia e quimioterapia com objetivo de destruir células cancerígenas.

• Cirurgia para remover o câncer localizado e, em caso de metástase, os tumores dos gânglios linfáticos e outras regiões para as quais o câncer pode ter se espalhado.

Prevenção

Para os cânceres de pele que se desenvolvem no ouvido, a prevenção é usar protetor solar contra os raios  ultravioletas UVA e UVB. Para os demais tipos, não há conhecimento sobre métodos de prevenção.