A língua tem uma importante função na fala e na deglutição, além de ser fundamental no sistema respiratório e também digestivo. Por isso, quando ela é afetada por um câncer, suas funções podem ser comprometidas pela doença ou pelo tratamento.
O câncer de língua surge tanto dentro da cavidade oral, seja na própria língua ou embaixo como na garganta (base da língua). O tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas são dois fatores de risco diretamente ligados a essa doença, além da infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano).
A cirurgia para tratar o câncer de língua é necessária para tratamento dos tumores da parte da língua que fica na boca. Por outro lado, para a base da língua, pode-se empregar cirurgia robótica ou associação de quimioterapia e radioterapia. Já em certos casos, pode ser recomendado um tratamento combinado entre cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia.
Dependendo da localização e do estágio do tumor, o tratamento cirúrgico pode envolver a remoção parcial ou até total da língua.
Como é realizada a cirurgia para o tratamento do câncer de língua
Descoberto o câncer de língua em estágio inicial, o procedimento pode ser realizado apenas para remover a parte afetada - chamado de cirurgia conservadora da língua ou glossectomia parcial.
No entanto, em casos mais avançados, pode ser necessária uma hemiglossectomia (retirada de metade da língua) ou glossectomia total, ou seja, retirar toda a língua. Neste caso, o cirurgião oncológico pode reconstruir o órgão com tecidos de outras partes do corpo, geralmente da região peitoral ou da coxa. A reconstrução deve ser realizada durante a mesma cirurgia de remoção da língua ou em uma posterior. Para os casos de tumores localizados na base da língua, uma opção é a cirurgia robótica realizada através da boca. Deve-se considerar ainda o risco de metástases em gânglios linfáticos do pescoço, sendo geralmente necessário realizar pesquisa de linfonodo sentinela ou esvaziamento cervical (cirurgia no pescoço para remover os gânglios linfáticos).
Após a cirurgia, muitos pacientes terão fala e deglutição preservadas. Mas no caso de cirurgias maiores o paciente poderá precisar de um período de recuperação e reabilitação, que deve incluir, por exemplo, terapias da fala - com a supervisão de uma fonoaudióloga - e ocupacional. A primeira vai ajudar o paciente a recuperar as funções da fala e deglutição. Já a terapia ocupacional pode ser necessária para auxiliá-lo a adaptar-se a novas formas de alimentação e comunicação, com o suporte de uma nutricionista.
Vale ressaltar que o apoio e a reabilitação adequados após a cirurgia do câncer de língua podem ser etapas essenciais para uma recuperação bem-sucedida.
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