A equipe de cuidados paliativos tem como responsabilidade prover assistência para melhorar a qualidade de vida de pacientes que têm uma doença grave ou em estágio avançado, como alguns tipos de câncer.
Um dos objetivos dos cuidados paliativos é estabelecer um contato mais próximo com o paciente e cuidá-lo de forma ampla, não somente com foco na doença. O foco é em prevenir ou tratar, o mais precocemente possível, sintomas e reações adversas da doença e do tratamento que a pessoa está passando.
Quando um paciente passa a ficar sob cuidados paliativos, isso não representa uma sentença de morte, pelo contrário: o objetivo é trazer mais qualidade de vida para essa pessoa, para que ela possa viver mais e melhor.
Como funcionam os cuidados paliativos
Muitos dos métodos que são utilizados para tratar o câncer, desde tratamentos ou medicamentos, também podem ser utilizados nos cuidados paliativos para ajudar o paciente a se sentir mais confortável.
Um exemplo é, se o câncer trouxer como sequela dores ao paciente, o médico pode optar por uma quimioterapia ou radioterapia para lidar com o crescimento desse novo tumor. Até mesmo a cirurgia pode ser utilizada para removê-lo, em caso de muitas dores. Cada caso vai ser sempre avaliado individualmente.
Os pacientes podem receber os cuidados paliativos em um hospital, em uma instituição especializada ou mesmo em casa, acompanhado de um especialista. Essa atuação, independentemente de onde seja, deve ser integrada aos sistemas de saúde e focada na qualidade de vida do paciente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), somente 14% dos pacientes de todo o mundo que precisam de cuidados paliativos recebem esse tipo de atenção.
O que é tratado pelos cuidados paliativos
Os efeitos adversos emocionais e físicos causados pelo câncer podem variar de acordo com o paciente. Os cuidados paliativos podem abordar uma grande variedade de questões, até as mais específicas a depender da necessidade de cada paciente. Veja quais cuidados podem ser administrados de acordo com cada paciente oncológico:
- Físicos: Os cuidados paliativos buscam prevenir ou amenizar sintomas como dores, fadiga, perda de apetite, náusea, insônia e falta de ar.
- Emocionais: Os especialistas em cuidados paliativos devem estar preparados para lidar com os anseios e medos que podem ser gerados após o diagnóstico e tratamento do câncer. Depressão, ansiedade e pânico são algumas das condições a serem observadas.
- Espirituais: A religiosidade e a fé também devem ser contempladas durante o tratamento do câncer. Nesse período difícil, as pessoas podem buscar por uma conexão espiritual para ter mais força para enfrentar o momento. Especialistas em cuidados paliativos podem, por exemplo, ajudar o paciente a explorar mais suas crenças e valores para ajudar a encontrar um ponto de aceitação para lidar com a situação.
Os cuidados paliativos se aplicam para além do paciente, como também para os familiares e pessoas próximas, que são importantes em toda a jornada, pois podem não só ajudar o paciente em atividades diárias, como transporte e alimentação, como ser um ponto de descontração para conversar e interagir. Quem se encarrega de cuidar, no entanto, pode se sobrecarregar com as responsabilidades extras. Por isso é importante esse olhar voltado a essas pessoas que estão sempre ao lado do paciente, especialmente no aspecto emocional e social, para que eles não se esgotem mentalmente.
Quando um paciente com câncer deve receber cuidados paliativos?
Os cuidados paliativos podem ser indicados a qualquer momento do tratamento do câncer, desde o diagnóstico até a casos mais extremos, como os últimos dias de vida de uma pessoa (caso a doença esteja um estágio muito avançado).
Vale destacar que os cuidados paliativos não substituem o tratamento do câncer.
Ambos podem ocorrer ao mesmo tempo, pois tem diferentes objetivos: enquanto o tratamento visa eliminar a doença, os cuidados paliativos focam na qualidade de vida do paciente.