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O que é laringectomia e como ela trata e afeta o paciente oncológico

A laringectomia é a remoção da laringe por meio de uma cirurgia. A retirada do órgão pode ser indicada por diversos motivos, como por exemplo o desenvolvimento de um câncer no local. Mas afinal, se surgir um tumor na laringe é certeza de que ela precisara ser totalmente retirada? A resposta é não - e mesmo se a laringectomia ocorrer, ainda há formas diferentes de ser realizada. Por isso, é importante entender vários pontos sobre o procedimento que vamos abordar nesse texto.


O que é a laringe e o tipo de câncer que a atinge

A laringe é uma estrutura localizada na garganta, muito importante na produção da fala, além de proteger os brônquios e pulmões de partículas de alimentos que podem ser aspiradas durante a alimentação. A laringe é dividida em três partes: glote, supraglote e subglote. A função da laringe na comunicação oral ocorre porque é nela (mais precisamente, na glote) que estão localizadas as cordas vocais, pequenas pregas que vibram com a passagem do ar e reproduzem os sons.


Se a laringe for afetada por um câncer, a capacidade de fala pode ser atingida também. E os tumores na laringe são um dos mais comuns na região da cabeça e pescoço, principalmente em homens acima dos 40 anos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são previstos 7.650 novos casos da doença a cada ano.


Quando a laringectomia é indicada


A remoção da laringe pode ser indicada para casos de:

  • Diagnóstico do câncer de laringe;

  • Lesões graves no pescoço (como ferimentos de armas de fogo);

  • Danos à laringe decorrentes de radiação, que gerou um estado de necrose no local.

Cada paciente dentro dessas condições será avaliado individualmente para que se possa entender se a laringectomia será realmente necessária e se será parcial ou completa. Como os próprios nomes sugerem, a laringectomia parcial remove somente uma parte da laringe que, por exemplo, está afetada por um tumor. Já a laringectomia total consiste na retirada total do órgão.


Como é feita a laringectomia


O tratamento do câncer de laringe, se precisar de uma laringectomia, é feito por um cirurgião especializado em cabeça e pescoço. Quando se trata de um procedimento parcial, o especialista poderá fazer uma incisão (corte) no pescoço ou por via endoscópica (por meio de um tubo rígido inserido pela boca), podendo ser realizada com auxilio de equipamento de laser.


Já a laringectomia total é realizada com as incisões no pescoço para remover o órgão.


Os gânglios linfáticos também podem ser retirados, a depender da condição em que se encontra o tumor. Após a remoção da laringe, o cirurgião realizará uma traqueostomia para criar um estoma, que é uma pequena abertura (chamada tecnicamente de orifício) na frente da traqueia, feita para manter a respiração.


Finalizada a cirurgia, os músculos da garganta e da pele do pescoço serão fechados novamente. O especialista poderá também inserir alguns tubos no pescoço para drenar e remover fluidos que possam se concentrar no local. Na mesma cirurgia ou em um segundo tempo pode ser colocada uma prótese fonatória visando a reabilitação vocal.


O tratamento do câncer na laringe poderá depois ser complementado com quimioterapia ou radioterapia.


Para alguns pacientes, pode ser indicada a associação de quimioterapia com radioterapia visando a preservação do órgão em casos com indicação de laringectomia total. Mas a recomendação deve ser baseada em vários critérios que devem ser esclarecidos pelo cirurgião, oncologista clínico e radioterapeuta após avaliação conjunta do caso.


Quais as perdas após a laringectomia e como é a reabilitação


Uma laringectomia poderá afetar a fala, deglutição e a respiração, e pode ser necessário ao paciente aprender novas formas de realizar essas funções. Nesse momento um profissional será muito importante: o fonoaudiólogo. Ele é quem analisará o caso para indicar novas formas de comunicação (seja por meio de técnicas ou aparelhos) e de respirar pelo estoma inserido ao final da laringectomia.


Conheça algumas técnicas que ajudam os pacientes com câncer de laringe na reabilitação vocal:


  • Voz esofágica: A voz esofágica é considerada a segunda voz e pode ser utilizada quando as pregas vocais foram retiradas e não é mais possível a emissão de som de forma natural. Essa técnica utiliza o ar que passa pelo esôfago, órgão responsável em levar alimentos e bebidas ao estômago. A emissão da voz será feita quando o ar passar pelo esôfago, provocando a vibração, até chegar na boca. O tom da voz será diferente, mais grave. Essa técnica exige uma terapia intensiva com o fonoaudiólogo para conseguir bons resultados.


  • Laringe eletrônica: Também chamada de eletrolaringe, é um aparelho eletrônico externo que deve ser pressionado próximo ao pescoço ou a boca e produz uma vibração que emite a voz. Nesse caso, a voz terá um som mecanizado.


  • Punção traqueoesofágica: O médico cirurgião fará um orifício entre o esôfago e a traqueia para inserir uma prótese com válvula que irá abrir quando o ar expirado passar pelo local. Essa abertura irá produzir vibrações para a emissão da fala, criando um som mais suave.

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