O inverno é a época mais fria do ano e que exige uma atenção especial para a saúde, especialmente dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Se entre toda a população as temperaturas mais baixas aumentam o risco de doenças respiratórias e alérgicas, quem passou por cirurgia ou sessões de radioterapia e quimioterapia pode estar mais suscetível e, por isso, precisa de ainda mais cuidado.
Durante o inverno aumenta a disseminação de vírus de gripes e resfriados e de doenças como sinusite, rinite, asma e bronquite. Isso ocorre porque, com o aumento do frio, é normal que as pessoas não queiram muita ventilação dentro de lugares fechados, até para se manterem aquecidas. No entanto, o espaço com pouca ventilação facilita a circulação de microrganismos, como os vírus respiratórios. Além disso, ter muitas pessoas em um espaço fechado, sem ventilação, aumenta o risco de contágio.
Outro fator importante a ser observado no inverno é a umidade do ar. Principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, a tendência é de ter um tempo mais seco, com maior escassez de chuvas. Essa condição climática pode ressecar as mucosas das vias aéreas e facilitar o surgimento de doenças respiratórias, além de causar problemas dermatológicos como ressecamento e irritações na pele.
O paciente com câncer de cabeça e pescoço, portanto, precisa de ainda mais cuidados durante essa condição mais propensa a doenças dermatológicas e respiratórias causada pelo frio do inverno, pois seu sistema imunológico pode estar mais debilitado, seja por causa da doença ou como uma reação a um tratamento como radioterapia ou quimioterapia.
Condições relacionadas ao frio que podem afetar o paciente oncológico
Os pacientes que realizam um tratamento de quimioterapia podem apresentar uma sensibilidade extrema para baixas temperaturas, chamada de disestesia pelo frio. Essa condição nomeia uma “sensação anormal” e pode ser originada pela ingestão de bebidas geladas ou quando se está exposto a temperaturas baixas, seja por causa do ar-condicionado ou por uma condição climática mais fria.
A disestesia pelo frio pode ser uma sensação dolorosa para alguns pacientes. Por isso, caso ela ocorra, é importante ter alguns: adote alimentos e bebidas aquecidas ou em temperatura ambiente (mas sem estar muito quente, principalmente acima dos 60 ºC), agasalha-se bem diante do frio, com a utilização de blusas, meias e luvas sempre que necessário e evite ficar diretamente exposto ao ar-condicionado – especialmente no caminho da saída de ar.
Além disso, pacientes com câncer de cabeça e pescoço podem ter maior risco de doenças causadas por temperaturas frias, como hipotermia e congelamento.
A hipotermia pode se desenvolver quando o corpo não consegue produzir calor suficiente para se manter aquecido. Durante o tratamento do câncer, alguns medicamentos ou condições médicas podem interferir na capacidade do corpo em ajustar a temperatura. Outras questões que podem aumentar a propensão à hipotermia são desidratação e baixa quantidade de gordura corporal - e ambos também podem ser efeitos colaterais do tratamento oncológico.
Caso o paciente com câncer de cabeça e pescoço seja exposto a temperaturas extremamente frias (clima raro em boa parte do Brasil, mas possível de ser encontrado na região Sul e em outros países), é muito importante manter toda a pele protegida para evitar a condição chamada congelamento, que pode ocorrer principalmente nos dedos das mãos e dos pés, nariz e orelha.
Como o paciente com câncer de cabeça e pescoço pode se proteger no frio
Para aliviar os sintomas e reduzir os riscos de contrair alguma doença respiratória durante o frio do inverno, o paciente com câncer de cabeça e pescoço pode ter os seguintes cuidados:
Estar sempre agasalhado, reforçando especialmente a proteção de extremidades (como os dedos da mão e dos pés), com luvas, meias, gorros e toucas;
Consumir bebidas aquecidas que podem ajudar na manutenção da temperatura do corpo, como chás - atenção para não estar muito quente, deve estar sempre abaixo dos 60 ºC;
Lavar bem as mãos e com frequência para reduzir o risco de contágio de doenças;
Caso realize alguma atividade física, como uma caminhada ou exercícios leves, buscar fazer durante o dia e sempre muito bem agasalhado
Hidratar-se bem e com frequência;
Caso tenha sintomas de uma doença respiratória ou alguma outra reação relacionada ao frio, conversar com seu médico.
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