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Atrasar a radioterapia em 6 semanas após a cirurgia piora a sobrevida dos pacientes, aponta estudo

Nesse estudo de revisão, os autores partiram da premissa que o momento da radioterapia pós-operatória após a intervenção cirúrgica em pacientes com câncer de cabeça e pescoço permanece uma questão controversa


Os pacientes com carcinoma de cabeça e pescoço de células escamosas não sofreram impacto no prognóstico quando iniciaram a radioterapia quatro semanas após a cirurgia, porém, quando a radioterapia adjuvante demorou mais de seis semanas, houve piora da sobrevida global, sobrevida livre de recorrência e do controle

locorregional. A observação é trazida no estudo Influence of time between surgery and adjuvant radiotherapy on prognosis for patients with head and neck squamous cell carcinoma: A systematic review, publicado na revista Head & Neck por pesquisadores da Universidade de Hong Kong e Hospital Queen Mary, na China e da Universidade de Queensland, na Austrália.


Nesse estudo de revisão, os autores partiram da premissa que o momento da radioterapia pós-operatória após a intervenção cirúrgica em pacientes com câncer de cabeça e pescoço permanece uma questão controversa. Em busca das respostas, resumiram os achados dos estudos disponíveis para investigar a influência dos atrasos entre a cirurgia e a radioterapia pós-operatória nos resultados clínicos. Os artigos publicados entre 1º de janeiro de 1995 e 1º de fevereiro de 2022 foram obtidos da PubMed, Web of Science e ScienceDirect. Vinte e três estudos preencheram os critérios e foram incluídos.


O foco na adjuvância deveu-se ao fato de a cirurgia curativa ser a principal modalidade de tratamento para pacientes com tumores ressecáveis. Embora os avanços no manejo do paciente e nos regimes terapêuticos tenham melhorado muito a qualidade de vida do paciente, o prognóstico geral para os pacientes com câncer de cabeça e pescoço permanece ruim, com aproximadamente 50% de taxa de sobrevida em cinco anos após o diagnóstico, cirurgia e radioterapia pós-operatória.


“O trabalho traz uma maior evidência da importância de não se retardar a realização de radioterapia quando indicada após a cirurgia - em especial para pacientes diagnosticados com câncer da cavidade oral - para que haja um melhor prognóstico e qualidade de vida pós-tratamento”, comenta o cirurgião de cabeça e pescoço e Professor Doutor Luiz Paulo Kowalski.


Apesar das controvérsias mencionadas na literatura, se recomenda, portanto, que a radioterapia pós-operatória seja iniciada no máximo seis semanas após a cirurgia, pois foram observados melhores resultados clínicos em termos de sobrevida global, sobrevida livre de recorrência e controle locorregional. Deve haver priorização dos planos de tratamento para otimizar o tempo dos regimes de radioterapia pós-operatória.



Referência do estudo


Sun K, Tan JY, Thomson PJ, Choi SW. Influence of time between surgery and adjuvant radiotherapy on prognosis for patients with head and neck squamous cell carcinoma: A systematic review. Head Neck. 2023 May 16.



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