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Cirurgia resulta em maior sobrevida global para pacientes com carcinoma adenóide cística

Quando comparada com outras modalidades de tratamento, a cirurgia oncológica é mais efetiva como abordagem com proposta curativa para pacientes com carcinoma adenóide cístico (CAC) de cabeça e pescoço em estágio T4b, quando o tumor invadiu ou aderiu diretamente a órgãos ou estruturas adjacentes. A evidência é do estudo Surgical Treatment in Very Advanced (T4b) Adenoid Cystic Carcinoma of the Head and Neck, publicado por pesquisadores dos Departamentos de Otorrinolaringologia/Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Radioterapia do NYU Langone Health, dos Estados Unidos



O trabalho foi apresentado como poster no Encontro Anual da American Academy of Otolaryngology-Head and Neck (AAO-HNSF 2022 Annual Meeting and OTO Experience).


Utilizando o banco de dados nacional (NCDB), os autores levantaram uma coorte histórica, com todos os casos de carcinoma adenóide cístico de cabeça e pescoço em estágio T4b diagnosticados nos Estados Unidos de 2004 a 2019. Ao todo, foram identificados 606 casos. Os resultados apontam que menos da metade (284 pacientes / 47,0% da amostra) foi submetida a tratamento com intenção curativa. Entre estes, a maioria foi tratada com cirurgia primária mais radioterapia (122 casos / 43,0%) ou cirurgia mais quimiorradioterapia (42 casos/ 14,8%). A taxa de margem positiva foi de 78,7% e a mortalidade pós-operatória de 90 dias foi zero. Os pacientes não cirúrgicos foram tratados com radioterapia definitiva (60 pacientes / 21,1%) ou quimiorradioterapia definitiva (60 casos / 21,1%). O seguimento médio foi de 51,5 meses.



Sobrevida global com cirurgia


O estudo mostra que a sobrevida global foi de 77,8% em três anos, sendo que esta taxa foi maior para pacientes tratados com cirurgia em comparação com aqueles tratados sem cirurgia (84% versus 70%), com significância estatística. O tratamento cirúrgico permaneceu associado a maior sobrevida na análise multivariada. “Neste trabalho, vemos que o efeito mais positivo da cirurgia, em relação aos demais tratamentos, se deu nos tumores de cavidade oral”, comenta o cirurgião de cabeça e pescoço e Professor Doutor Luiz Paulo Kowalski.


Os autores reforçam que, entre as coortes pareadas de pacientes tratados cirurgicamente, não houve diferença na sobrevida de três anos entre tumores clínicos T4a e T4b, que foram, respectivamente, de 83,3% e 83,0%. A conclusão dos pesquisadores é que tratamentos cirúrgicos primários podem ser realizados com segurança e estão associados a maior sobrevida e, portanto, um subconjunto cuidadosamente selecionado de pacientes com carcinoma adenoide cístico muito avançado pode se beneficiar da cirurgia.



Referência do estudo

Papazian MR, Chow M, Oliver J, Gordon AJ, Jacobson A, Vaezi A, Tam M, Givi B. Surgical Treatment in Very Advanced (T4b) Adenoid Cystic Carcinoma of the Head and Neck. Otolaryngol Head Neck Surg. 2023 Jan 22.



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