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Cirurgia para câncer de garganta: quando é indicada e como funciona?

Quando um câncer afeta a garganta, pode atingir estruturas como nasofaringe, orofaringe, hipofaringe e laringe. O tipo de tratamento a ser indicado leva em consideração a localização exata do tumor, assim como o tipo e extensão.


cirurgia câncer de garganta

Por isso, muitos pacientes, quando recebem o diagnóstico, desejam saber mais sobre como funciona a cirurgia para o câncer de garganta.


Existem várias técnicas e equipamentos disponíveis para remover o tumor e aqui trazemos quais são as opções e como é o procedimento. Aqui vamos abordar apenas os dois últimos, a cirurgia para câncer de hipofaringe e de laringe.


Quais são as estruturas da garganta


Na região da garganta, além da orofaringe existe a laringe e a hipofaringe.  A primeira está localizada entre a base da língua e a traqueia e dividida entre glote (parte central onde estão as cordas vocais), supraglote (área acima das cordas vocais), ou subglote (abaixo das cordas vocais e acima da traqueia).


Já a hipofaringe é uma das divisões da faringe, localizada na parte inferior e que se conecta ao esôfago e à laringe. Há também a nasofaringe (a parte superior, atrás do nariz) e orofaringe (região do meio, atrás da boca, onde ficam as amígdalas).



Quando a cirurgia é indicada para o câncer de garganta


A localização, o tipo e o estágio do câncer são informações importantes para definir qual o tratamento a ser utilizado. Geralmente, quando a doença é diagnosticada nos estágios iniciais, a cirurgia ou a radioterapia serão os tratamentos mais indicados.


Se o câncer de garganta está um estágio mais avançado, ou seja, atingiu estruturas ao redor como gânglios linfáticos ou se espalhou para outras partes do corpo, a cirurgia pode ser combinada com outros tratamentos, como radioterapia e quimioterapia, além de ser mais complexa.


Em alguns casos, pode-se optar pala associação de radio e quimioterapia e em outros casos, a cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Um exemplo é o câncer de laringe: se em estágio inicial, no caso de indicação cirúrgica, somente parte da corda vocal é removida, em fases mais avançadas toda a laringe deve ser retirada.



Como funciona a cirurgia para câncer de garganta


Durante o procedimento, os cirurgiões removem o tumor e uma parte de tecido saudável ao redor, chamado de "margem de segurança", para garantir que células cancerígenas não fiquem no local operado.


Caso essa remoção não seja possível de ser feita de forma completa e reste resquícios dessas células tumorais (margens comprometidas), outros tratamentos podem ser indicados de forma complementar, como radioterapia e quimioterapia.



Quais as técnicas para cirurgia de câncer de garganta


As cirurgias para câncer de garganta podem ser feitas, principalmente, de duas formas:


  • Cirurgia endoscópica minimamente invasiva: o tumor é removido por um equipamento de endoscopia, com ou sem a utilização de laser, sem precisar de cortes na pele. Procedimento feito em tumores iniciais e que reduz o risco de efeitos colaterais como alterações na voz.


  • Robótica Transoral: procedimento minimamente invasivo e um dos mais modernos no tratamento cirúrgico. Utiliza um equipamento robótico que permite, sem precisar de grandes incisões, alcançar o câncer e removê-lo com precisão e segurança. Indica-se, particularmente, para tumores da supraglote.


O nome da cirurgia também pode variar de acordo com o local onde é feito o procedimento. Na laringe, há dois tipos: a cordectomia, quando se remove a corda vocal afetada pelo câncer; e a laringectomia, quando é retirada parcial ou totalmente a laringe. Se a cirurgia foi realizada na faringe, o nome do procedimento é faringectomia, que também pode ser parcial ou total. Para reabilitação da voz em pacientes submetidos a laringectomia total, pode-se indicar a instalação de uma prótese fonatória.



Cuidados que o paciente deve ter antes e depois da cirurgia de câncer de garganta


Antes de passar pelo procedimento, é importante que o paciente aumente os cuidados com a sua saúde e também seja atendido por equipes multidisciplinares, que podem ajudá-lo a entender quais cuidados serão necessários.


Além disso, é preciso ouvir todas as recomendações do cirurgião, pois cada caso é sempre avaliado individualmente. Esse especialista irá solicitar exames de sangue e de imagem para analisar o estado de saúde do paciente antes da cirurgia, assim como indicará cuidados individuais, como parar de fumar (caso seja tabagista), não ingerir bebidas alcoólicas e fazer atividades físicas leves.


A atuação da equipe multidisciplinar é muito importante no processo cirúrgico e vão auxiliar o paciente antes e depois da cirurgia:


- Enfermagem: presente desde a assistência na realização de exames diagnósticos, no centro cirúrgico e no pós-operatório com cuidados gerais e orientações, com atuação direta na recuperação e readaptação do paciente diante das novas condições de saúde após uma cirurgia.


- Fisioterapia: auxiliará na reabilitação de movimentos, a atenuar dores e disfunções e ajudar o paciente a retomar as atividades diárias que costumava fazer. Durante a internação para a cirurgia de câncer de garganta, o fisioterapeuta pode auxiliar com fisioterapia respiratória para melhorar a capacidade pulmonar e acelerar a recuperação do paciente.


- Fonoaudiologia: após passar por uma cirurgia do câncer de garganta, funções como a fala e a alimentação podem ser prejudicadas, pois estruturas como as cordas vocais podem ser retiradas. Auxiliará o paciente a voltar a se comunicar e fazer suas refeições sem dores ou limitações.


- Nutrição: vai avaliar o estado nutricional dos pacientes, considerados de alto risco nutricional. Após a cirurgia eles podem não conseguir se alimentar pela boca e precisar de uma via alternativa de alimentação (como a sonda nasoenteral) ou por apresentarem após sessões de quimioterapia e radioterapia reações que dificultam a alimentação, como boca seca, alteração de paladar, feridas na boca e dificuldade para engolir.


- Psicologia/Psiquiatria: auxiliam na saúde mental do paciente. O diagnóstico e tratamento da doença podem impactar emocionalmente e trazer uma série de dúvidas e anseios. Caso surjam transtornos mentais, como a depressão, ansiedade ou pânico, pode ser necessário o início de tratamentos voltados a essas condições.

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