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Cirurgia pode não ser suficiente para controle locorregional em câncer de glândulas salivares

Quando o assunto é o controle do risco de recorrência e metástase à distância em tumores malignos de glândulas salivares, o controle cirúrgico locorregional pode não ser suficiente e terapias adjuvantes como radioterapia e/ou terapias sistêmicas (quimioterapia, drogas-alvo e imunoterapia, por exemplo) devem ser consideradas.


É o que conclui o estudo Prognostic factors in surgically treated malignant salivary gland tumors, publicado por pesquisadores de centros alemães na revista científica Oral Oncology


Retrospectivamente, foram identificados 162 pacientes que apresentaram tumores malignos de glândulas salivares entre 2010 e 2020. A análise final incluiu 91 pacientes (51 homens e 40 mulheres) submetidos a tratamento cirúrgico e acompanhados por ao menos um ano. Os prontuários médicos foram revisados ​​e os pacientes foram categorizados de acordo com seu perfil de risco. Na amostra, os tipos de câncer mais frequentes foram carcinoma adenoide cístico (14,3%) e carcinoma mucoepidermóide (13,2%). A sobrevida global (SG) em cinco anos foi de 66,2% e a sobrevida livre de recorrência de 50,5%.


“Metade dos pacientes tiveram a volta da doença após o tratamento e um terço morreu dentro do período de cinco anos. Embora efetiva, frequentemente a cirurgia precisa ser complementada, caso a caso, por radioterapia e/ou abordagens sistêmicas com quimioterapia, terapias-alvo ou imunoterapia”, comenta o cirurgião de cabeça e pescoço e Professor Doutor Luiz Paulo Kowalski, ao analisar o estudo.



A complexidade do câncer de glândula salivar


Os tumores malignos das glândulas salivares são um grupo heterogêneo de tipos raros de câncer, conforme classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As malignidades das glândulas salivares apresentam uma pequena proporção (aproximadamente 3% a 11%) das malignidades de cabeça e pescoço, mas os dados epidemiológicos são limitados. A incidência de câncer de glândulas salivares é de aproximadamente 1,1 a 1,3 casos para 100 mil pessoas por ano. As evidências sugerem um pico de incidência durante a sexta ou sétima década de vida.


Em contraste com outros cânceres de cabeça e pescoço comumente encontrados, os carcinomas das glândulas salivares demonstram subtipos histológicos distintos. Os autores afirmam que, entre estas, as entidades mais comuns incluem carcinoma adenóide cístico, carcinoma mucoepidermóide e carcinoma de células acinares. O local mais frequentemente relatado é a glândula parótida (70% a 80%), seguida pela glândula submandibular. O tabagismo, a infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV) e a radiação são discutidos entre os fatores de risco, sem evidências claras devido aos estudos limitados disponíveis. Devido à heterogeneidade dos carcinomas das glândulas salivares e seu tratamento, os relatórios sobre o resultado e o prognóstico variam amplamente. Por esta razão, a opinião de equipes especializadas experientes é fundamental para a tomada de decisões.


Referência do estudo

Hofmann E, Priebe J, Rieke DT, Doll C, Coordes A, Olze H, Hofmann VM, Heiland M, Beck-Broichsitter B. Prognostic factors in surgically treated malignant salivary gland tumors. Oral Oncol. 2023 Sep;144:106484.


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