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Paciente com doença oral potencialmente malignizável é beneficiado em serviço especializado

Atualizado: 20 de set. de 2021

Estudo realizado por pesquisadores e clínicos de departamentos de Cirurgia Oral e Maxilofacial, Otorrinolaringologia e de Patologia do Hospital Group Trollhättan, Regional Cancer Center West e Universidade de Gotemburgo, na Suécia, mostra que os pacientes com doenças orais potencialmente maligizáveis (OPMD, na sigla em inglês), têm menor risco de desenvolver tumores agressivos e apresentam maiores taxas de sobrevida quando recebem o cuidado de um especialista em cirurgia oral e maxilofacial (OMFS) ou em medicina oral (OM). O trabalho Regular clinical follow-up of oral potentially malignant disorders results in improved survival for patients who develop oral cancer foi publicado na revista científica Oral Oncology.



Participaram da análise, 739 pacientes com carcinoma oral epidermóide (ou espinocelular), que é o tipo mais comum de câncer de boca. Os participantes foram estudados, retrospectivamente, divididos em três grupos. No grupo A, os pacientes que, previamente, receberam o acompanhamento regular de um especialista em OPMD (94); grupo B, os pacientes que foram atendidos por um especialista em OPMD, mas não de forma regular (68) e, no grupo C, os pacientes sem diagnóstico de OPMD conhecido previamente (577).


Os dados evidenciam que os pacientes com OPMD que participam de acompanhamentos em unidades de OM ou OMFS são diagnosticados em um estadio significativamente mais precoce e têm uma taxa de sobrevida significativamente maior. “Este trabalho sueco mostra que, caso os pacientes evoluam para câncer, aqueles que receberam cuidado especializado de rotina têm maior probabilidade de apresentar doença em estadio mais precoce e menos agressiva e, com isso, demandam tratamentos menos mutiladores e é menor o impacto em sua qualidade de vida. Além disso, a reabilitação é otimizada e aumenta as chances de cura”, destaca o Professor Doutor Luiz Paulo Kowalski, cirurgião de cabeça e pescoço.


Diagnóstico precoce e taxas de sobrevida


Os números mostram que a descoberta e o tratamento em um estadio inicial são de primordial importância para o paciente com carcinoma epidermóide oral (CEC). A taxa de sobrevida em cinco anos diminui de 80% (no estadio I) para 30% (no estadio IV). Os autores destacam que é importante estar alerta para o fato de a doença ser justamente precedida por uma doença oral potencialmente malignizável (OPMD).


O OPMD refere-se a um grupo de lesões e condições na mucosa oral com risco variável, mas aumentado de transformação maligna. A leucoplasia oral é uma das OPMDs mais comuns, com taxa de transformação maligna em torno de 9,5% dos casos. No geral, os fatores associados com maior risco de sofrer transformação maligna são clínicos, histopatológicos, assim como alguns biomarcadores.


Os autores afirmam que o os programas de acompanhamento clínico no ambiente de atenção secundária são caros e demandam recursos para o sistema de saúde. Portanto, se faz necessária a adoção de estratégias de acompanhamento comprovadamente eficazes como, por exemplo, os pacientes com OPMD serem enviados de volta ao dentista de atenção primária/geral após terem recebido o diagnóstico na clínica de OM ou OMFS.


A conclusão é que embora este estudo retrospectivo tenha algumas limitações, ele destaca fortemente os benefícios de acompanhamentos individuais e regulares. A partir desses resultados, enfatiza-se a importância de sessões regulares de acompanhamento clínico para pacientes com doenças orais potencialmente malignas.



Referência do estudo


Jäwert F, Nyman J, Olsson E, Adok C, Helmersson M, Öhman J. Regular clinical follow-up of oral potentially malignant disorders results in improved survival for patients who develop oral cancer. Oral Oncol. 2021 Aug 6;121:105469.





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