Pacientes com carcinoma espinocelular que respondem bem à imunoterapia e quimioterapia antes da cirurgia têm maior taxa de sobrevida, aponta estudo
- daniellezanandre
- 30 de jul.
- 2 min de leitura
Um estudo publicado por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Clínica para Câncer da China e outras instituições do país mostra que pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço que apresentam alta resposta ao tratamento com imunoterapia e quimioterapia combinada antes da cirurgia têm muito mais chances de sobreviver por mais tempo.

Os autores do trabalho High pathological tumor response associates with enhanced overall survival in HNSCC patients following neoadjuvant immunochemotherapy and surgery, publicado em maio de 2025 na revista científica World Journal of Surgical Oncology também sugerem que, no futuro, a resposta tumoral patológica poderá ser usada como indicador para guiar decisões clínicas e, até mesmo, substituir a sobrevida como desfecho principal em estudos semelhantes.
Foram acompanhados 62 pacientes entre março de 2021 e novembro de 2024 que passaram por tratamento neoadjuvante: imunoterapia (pembrolizumabe) combinada com quimioterapia (platina e taxano) antes da cirurgia. Após o tratamento sistêmico medicamentoso, os pacientes foram operados para retirada do tumor e, em seguida, monitorados por até 41 meses. A equipe avaliou o estado do tumor após a cirurgia, observando o grau de destruição das células tumorais.
Durante os quase dois anos de média de tempo de monitoramento (23,7 meses), as taxas apresentadas foram de 85,5% dos pacientes sem progressão da doença (PFS) e 87,1% estavam vivos ao final do acompanhamento. Especificamente entre os pacientes que alcançaram alta resposta, a taxa de sobrevida foi de 97,2%, muito superior à dos que não atingiram o mesmo grau de resposta (70,8%). Além disso, a alta PTR foi um fator prognóstico independente para melhor desfecho, mesmo após ajustes estatísticos para equilibrar as características dos pacientes.
A expectativa é que a resposta tumoral posa servir como um marcador confiável para prever a evolução da doença. “São resultados que demonstram o potencial da taxa de resposta à neoadjuvância como efetivo marcador prognóstico, sendo uma informação importante para a personalizar os tratamentos pós-cirurgia, possibilitando que optemos por abordagens menos tóxicas em pacientes que já tiveram boa resposta”, analisa o cirurgião oncológico Dr. Luiz Paulo Kowalski
De acordo com os autores, apesar de o número de participantes ainda ser limitado, os dados sugerem um caminho promissor para otimizar o tratamento desses tumores. Reforçam também que novos estudos, com mais pacientes e em diferentes contextos clínicos, podem ajudar a consolidar essa estratégia.
Referência do estudo
Ning Y, Song Y, Li H, He Y, Liu S, Liu Y. High pathological tumor response associates with enhanced overall survival in HNSCC patients following neoadjuvant immunochemotherapy and surgery. World J Surg Oncol. 2025 May 29;23(1):205.
Disponível em




