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Pesquisa evidencia a redução de risco de câncer de Cabeça e Pescoço em pessoas que largaram o fumo

Quem consegue largar o cigarro reduz exponencialmente o risco de desenvolver câncer de cabeça e pescoço e os benefícios vão aumentando com o tempo. Comparado com ex-fumantes que pararam de fumar por até 5 anos, quem cessou o tabagismo há 11-20 atingiu 82% de redução de probabilidade de ter a doença. Este é um dos dados do estudo Risk factors associated with head and neck cancer in former smokers: A Brazilian multicentric study, publicado na revista científica Cancer Epidemiology.



Ao explorar as associações entre câncer de cabeça e pescoço, características sociodemográficas e estilo de vida de ex-fumantes, os pesquisadores puderam observar que a cessação precoce do tabagismo reduz a probabilidade de câncer de cabeça e pescoço em ex-fumantes. Por outro lado, identifica que haver uma história de tabagismo de alta intensidade pode manter ainda elevado o risco desta doença por mais tempo. Dentre as boas notícias, está o fato que o trabalho mostrou também que a ingestão moderada de vegetais e frutas ajuda a reduzir o risco de câncer de cabeça e pescoço em ex-fumantes.


“Foi possível observar que ex-fumantes com histórico de consumo de álcool também mostram um risco aumentado para câncer de cabeça e pescoço, reforçando assim a evidência que álcool e tabagismo têm uma sinergia perigosa”, ressalta o Professor Doutor Luiz Paulo Kowalski, cirurgião de cabeça e pescoço e um dos autores do artigo.



Os benefícios da cessação de fumar em números


Foi realizado um estudo caso-controle multicêntrico com 229 ex-fumantes diagnosticados com carcinoma espinocelular de cavidade oral, orofaringe, laringe e 318 controles (ex-fumantes sem câncer de cabeça e pescoço). Análises bivariadas e de regressão logística múltipla (para avaliar, separadamente, diferentes variáveis) foram conduzidas para estimar o risco de desenvolvimento da doença, com precisão de 95%.


Esta metodologia é utilizada para reduzir a probabilidade de vieses que possam interferir no resultado. A redução do consumo de tabaco na população não tem sido associada à redução das taxas de incidência de câncer de cabeça e pescoço em vários países.


Os dados deste estudo brasileiro mostram que 11–20 anos após a cessação do tabagismo há um impacto significativo na redução do risco de câncer de cabeça e pescoço, que atingiu 82% quando comparado aos indivíduos que pararam de fumar por até 5 anos. Uma história de tabagismo de alta intensidade (pessoas que fumam 40 ou mais maços por ano) aumentou o risco em 2,09 vezes quando comparado a indivíduos que fumaram até 20 maços por ano.


O trabalho também destaca que o consumo anterior de álcool foi associado ao risco de câncer de cabeça e pescoço em ex-fumantes quando comparado ao não consumo de álcool. Houve uma diminuição do risco de câncer de cabeça e pescoço em ex-fumantes com ensino médio em comparação com ex-fumantes analfabetos; e ex-fumantes com ingestão moderada de vegetais e frutas em comparação com aqueles com baixa ingestão.



Referência do estudo


Gislon LC, Curado MP, López RVM, de Oliveira JC, Vasconcelos de Podestá JR, Ventorin von Zeidler S, Brennan P, Kowalski LP. Risk factors associated with head and neck cancer in former smokers: A Brazilian multicentric study. Cancer Epidemiol. 2022 Jun;78:102143.


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