Em alguns casos de câncer de cabeça e pescoço, mesmo após o tratamento perfeitamente realizado, a doença pode se manifestar novamente depois de alguns meses ou anos. Esse retorno do tumor é a chamada recidiva do câncer, que pode ocorrer tanto em cabeça e pescoço quanto em outros locais.
A recidiva de um tumor acontece porque algumas células da doença podem permanecer após o tratamento - inclusive de forma "dormente" por um período. Se essas células cresceram novamente e se multiplicarem, podem se manifestar como novos focos de doença.
Essa situação pode ocorrer mesmo quando o tratamento é muito agressivo e eficaz. Por isso, logo após o término dos procedimentos, o paciente deve ser submetido a exames regularmente e ficar em acompanhamento médico por pelo menos 5 anos. Após esse período, se a doença permanecer em remissão e não manifestar mais sintomas, o risco de volta da doença é baixo e o paciente é considerado curado.
Depois desses 5 anos, o paciente ainda deverá prosseguir com as consultas médicas e o acompanhamento, porque um baixo risco de recidiva do câncer ainda existirá, e sobretudo, porque pode também aparecer um novo tumor em outro local, chamado segundo tumor primário. Afinal, os fatores de risco para o desenvolvimento de um novo câncer de cabeça e pescoço é justamente já ter tido a doença, principalmente se o paciente continuou a fumar e consumir bebidas alcoólicas.
Fatores de risco para a recidiva do câncer de cabeça e pescoço
As chances de ter uma recidiva desse tumor podem variar de acordo com o estágio do diagnóstico e dos hábitos de saúde do paciente. Cerca de 80% a 90% das pessoas que trataram a doença nos estágios iniciais terão baixa probabilidade de recidiva, caso não fumem e nem consumam bebidas alcoólicas - dois dos principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço.
Já os pacientes que tiveram o diagnóstico da doença em um estágio mais avançado, principalmente os causados por hábitos como o tabagismo, possuem um maior risco de recidiva. Isso só reforça a importância de estar atento aos sinais do câncer de cabeça e pescoço, pois a detecção precoce pode contribuir em um tratamento mais eficaz e um menor risco de recidiva da doença.
Onde pode acontecer a recidiva do câncer?
Esse resquício de células cancerígenas pode estar no mesmo local que o câncer de cabeça e pescoço se originou, como também pode aparecer em outras partes do corpo como gânglios linfáticos do pescoço ou em outros locais como pulmões e ossos. Em alguns casos pode ocorrer o chamado segundo câncer primário, que é quando surge um novo caso de câncer que não tem relação com o primeiro diagnóstico, mas que pode ocorrer tanto na mesma região como em outras partes do corpo.
A recidiva do câncer é separada em três categorias, cuja classificação varia pelo local onde é detectado:
- Recidiva local: Representa os casos da doença que retornam no mesmo local que foi diagnosticado. O câncer não se espalhou para os gânglios linfáticos nem para outras partes do corpo.
- Recidiva regional: São os casos de tumores que retornam nos gânglios linfáticos do pescoço.
- Recidiva distante: Quando o câncer se espalha para áreas do corpo distantes de onde foi diagnosticada inicialmente como pulmões, ossos, fígado ou outros órgãos.
Os casos de recidiva do câncer são diagnosticados da mesma forma que outros tipos da doença. As suspeitas podem iniciar com uma análise clínica e o paciente pode ser submetido a exames laboratoriais e de imagem. Por fim, a biópsia é o procedimento que confirma o diagnóstico de uma possível recidiva de um tumor maligno ou um segundo tumor primário.
O tratamento de resgate da recidiva do câncer é feito por cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia isoladas ou combinadas, as mesmas técnicas utilizadas para outros casos da doença. Pode depender do estágio que o tumor se manifestou e das condições de saúde do paciente. Esse procedimento será determinado pela equipe médica que acompanha o caso.
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