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TI-RADS 3 mostra valor preditivo negativo de 94,6% e nódulo deve ser considerado a partir de 2,5 cm

Os dados são do estudo Concordance of the ACR TI-RADS Classification With Bethesda Scoring and Histopathology Risk Stratification of Thyroid Nodules publicado no JAMA por pesquisadores de instituições de Singapura.


A classificação TI-RADS 3 do Colégio Americano de Radiologia é mais útil para selecionar nódulos tireoidianos benignos que não requerem citologia aspirativa com agulha fina (PAAF). A observação é que as análises por ACR TI-RADS 3 apresentavam um valor preditivo negativo (VPN) alto de 94,6% e baixo risco de câncer. Além disso, a amostragem destes nódulos só deve ser considerada se tiverem 2,5 centímetros ou mais, para evitar perder uma pequena porcentagem de câncer de tireoide. O trabalho também mostra que pacientes com nódulos ACR TI-RADS 4 e 5 pequenos (inferiores a 1,5 cm) devem ser adequadamente aconselhados para PAAF para excluir a hipótese de câncer.


Os dados são do estudo Concordance of the ACR TI-RADS Classification With Bethesda Scoring and Histopathology Risk Stratification of Thyroid Nodules publicado no JAMA por pesquisadores de instituições de Singapura. O objetivo dos autores foi avaliar a concordância da classificação ACR TI-RADS com a pontuação Bethesda e a estratificação de risco histopatológico de nódulos tireoidianos. Para tanto, foi desenhado o estudo de coorte retrospectivo, conduzido na clínica ambulatorial de Otorrinolaringologia do Hospital Geral de Cingapura de março de 2021 a maio de 2021.


A análise dos dados foi realizada em maio de 2021 e o estudo foi publicado em setembro de 2023.


Embora na maioria dos casos os nódulos de tiroide sejam benignos, cerca de 10% a 15% deles são malignos e requerem tratamento oncológico. “O refinamento dos modelos de estratificação destes nódulos é fundamental para graduar com precisão cada nódulo, oferecendo a melhor abordagem para cada caso. O TI-RADS, nesta coorte, se mostrou mais eficaz em apontar quais nódulos são benignos”, explica o cirurgião de cabeça e pescoço e Professor Doutor Luiz Paulo Kowalski.


CONSOLIDAÇÃO DOS PRINCIPAIS RESULTADOS - Foram identificados um total de 446 pacientes (370 mulheres / 83%); com idade média de 60 anos, que foram submetidos à ultrassonografia da tireoide e PAAFs da tireoide guiadas por ultrassonografia. Um total de 492 dos 630 nódulos (78,1%) eram benignos na PAAF (Bethesda II). Os nódulos ACR TI-RADS com pontuação 3 produziram os maiores valores preditivos negativos: 94,6% em comparação com a pontuação Bethesda e 100,0% em comparação com a histopatologia.


Os nódulos ACR TI-RADS com pontuação 4 ou 5 produziram valores preditivos positivos de 2,8% e 16,2%, respectivamente, em comparação com a pontuação de Bethesda e 6,1% e 66,7%, respectivamente, em comparação com a histopatologia. Nódulos pequenos (até 1,5 cm) ACR TI-RADS com pontuações de 4 e 5 que não foram recomendados para PAAF produziram um risco maligno de 5,7% e 25,0% no Bethesda 5 e 6, respectivamente.


Na excisão cirúrgica, 5 de 46 (10,9%) nódulos ACR TI-RADS 4 e 15 de 21 (71,4%) nódulos ACR TI-RADS 5 foram confirmados como malignos. Entre os nódulos inicialmente não recomendados para PAAF, câncer comprovado histopatologicamente foi encontrado em 4 de 13 (30,7%) e 3 de 6 (50,0%) nódulos, respectivamente.



Referência do estudo


Huang EYF, Kao NH, Lin SY, Jang IJH, Kiong KL, See A, Venkatanarasimha N, Lee KA, Lim CM. Concordance of the ACR TI-RADS Classification With Bethesda Scoring and Histopathology Risk Stratification of Thyroid Nodules. JAMA Netw Open. 2023 Sep 5;6(9):e2331612.



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