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Adolescente de áreas rurais tem 38% e 24% menos chances de iniciar e completar imunização contra HPV

Um estudo multicêntrico norte-americano mostra que os adolescentes do Estado de Illinois que residem em áreas rurais tiveram, respectivamente, 38% e 24% menos chances de iniciar e completar a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) quando comparado com os que vivem em áreas urbanas.


O dado é do Rural-Urban Disparities in HPV Vaccination Coverage Among Adolescents in the Central Part of the State of Illinois, USA, publicado na revista científica Journal of Community Health por pesquisadores do Henry Ford Health System (no Estado de Michigan), Southern Illinois University School of Medicine (Illinois), Duke University School of Medicine (Carolina do Norte) e Florida State University College of Medicine (Flórida)


Partindo da premissa que o vírus HPV está associado com o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer em órgãos como colo do útero, pênis e reto e na região de cabeça e pescoço, a imunização generalizada de meninas e meninos com a vacina contra o HPV pode reduzir o número destas doenças, em especial os tumores de colo do útero. Embora as taxas de vacinação contra o HPV estejam disponíveis para o estado de Illinois e a cidade de Chicago, os autores observam que os dados são limitados para áreas específicas.


Por conta disso, eles avaliaram as taxas de início e conclusão da vacina contra o HPV entre adolescentes no centro de Illinois (considerando três doses nesse esquema vacinal completo) e identificaram fatores associados ao início e à conclusão. É um estudo retrospectivo de adolescentes, de 11 a 17 anos, que recebem atendimento no Departamento de Pediatria da Southern Illinois University Medicine.


Na metodologia adotada, as variáveis ​​de desfecho foram o início da vacinação contra o HPV (recebimento de ≥ 1 dose) e conclusão (recebimento de ≥ 2 ou 3 doses, dependendo da idade de início). Um total de 9.351 adolescentes foram incluídos no estudo. No geral, o início da vacinação contra o HPV foi de 46,2% e a conclusão foi de 24,7%. Nas análises ajustadas, os adolescentes residentes em áreas rurais tiveram 38% e 24% menos chances de iniciar a vacinação contra o HPV em comparação com aqueles que residem em áreas urbanas.


Da mesma forma, os adolescentes eram menos propensos a iniciar e completar o ciclo de imunização contra o HPV se não estivessem atualizados sobre as vacinas contra hepatite A, meningocócica ou tétano-difteria-coqueluche. “Como vemos, a baixa cobertura vacinal da primeira dose e – principalmente – das doses de reforço - que, infelizmente estamos observando no Brasil, não é um fenômeno apenas de nosso país”, observa o cirurgião de cabeça e pescoço e Professor Doutor Luiz Paulo Kowalski.


As taxas de vacinação contra o HPV no centro de Illinois foram baixas e muito abaixo da média nacional e da média do estado de Illinois. Segundo os autores, os próximos passos devem incluir intervenções para aumentar a aceitação da vacina contra o HPV, particularmente nas áreas rurais.


Referência do estudo

Adjei Boakye E, Fedorovich Y, White M, Vohra S, Volle M, Osazuwa-Peters N, Gerend MA. Rural-Urban Disparities in HPV Vaccination Coverage Among Adolescents in the Central Part of the State of Illinois, USA. J Community Health. 2022 Sep 6.


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