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Disfagia: uma das intercorrências do tratamento do câncer de cabeça e pescoço

O ato de engolir alimentos, chamado de deglutição, é uma ação feita de forma automática pelo corpo. O transporte do alimento da boca para o estômago é essencial para a alimentação e absorção de nutrientes importantes para o organismo. Quando essa ingestão passa a ser difícil, até mesmo com dores, esse quadro tem o nome de disfagia.



A deglutição, em alguns desses pacientes com disfagia, pode se tornar até mesmo impossível, em razão da dor ou da obstrução completa da garganta ou do esôfago. Ter dificuldades ocasionais para engolir, quando a pessoa se alimenta de forma muito rápida ou não mastigou a comida o suficiente, geralmente não é uma causa para preocupação. Mas quando esse quadro de disfagia persiste e principalmente se vai piorando, requer tratamento médico.


A disfagia pode acontecer em qualquer idade, principalmente em adultos mais velhos e idosos. Entre os sintomas associados com a disfagia, se destacam a dor enquanto engole alimentos; sensação de que a comida ficou presa na garganta ou no peito; rouquidão; regurgitação (a comida volta do esôfago para a boca) e tosse devido a aspiração de alimentos.



O que pode causar a disfagia?


A disfagia pode ser causada por uma doença, como o câncer de cabeça e pescoço, por exemplo. Também pode estar relacionada com problemas respiratórios, refluxo gastroesofágico ou condições que afetam o sistema nervoso, como paralisia cerebral, AVC (acidente vascular cerebral) ou esclerose múltipla.


Mesmo durante o tratamento do câncer de cabeça e pescoço, o paciente pode enfrentar situações de disfagia. Um exemplo é quando passa por uma cirurgia na boca, que pode dificultar tanto a deglutição quanto o ato de mastigar alimentos.


Já a cirurgia na garganta pode prejudicar a passagem de comidas e bebidas para o estômago, especialmente se tiver ocorrido uma laringectomia (remoção de parte ou de toda a laringe). Em alguns casos, a comida pode ir para as vias respiratórias ao invés do esôfago e causar tosse ou engasgos. Outra sensação é de que os alimentos se movem mais lentamente ou ficam presos na garganta.


Após algumas sessões de radioterapia na região da cabeça e pescoço, pode ocorrer dores na boca ou garganta. A disfagia causada pela radioterapia também pode ser acompanhada de boca seca, menor quantidade de saliva e dificuldades para mover a boca e a língua.



O que fazer quando estiver com disfagia durante o tratamento do câncer de cabeça e pescoço?


Depois de passar por uma cirurgia ou sessões de radioterapia, o paciente será acompanhado por um especialista da equipe multidisciplinar: o fonoaudiólogo, que trabalha na recuperação do ato de falar e de se alimentar. Esse profissional irá perguntar sobre como está a deglutição e ver se há dificuldades na ingestão de comidas e bebidas. Caso sim, algumas ações que ajudam na recuperação podem ser realizadas, como estratégias de posicionamento da cabeça na hora das refeições e exercícios de fortalecimento dos músculos para mastigar e engolir.


Outro profissional importante para quem enfrenta um quadro de disfagia é o nutricionista, que deverá entender as dificuldades e gostos do paciente para indicar quais alimentos são mais apropriados nessa situação, sem ter uma dieta com grande perda nutricional.


Caso o paciente não seja capaz de se alimentar ou hidratar sozinho durante a cicatrização pós-cirúrgica, o médico pode indicar um tubo de alimentação para auxiliar nessas ações. O mais importante é sempre que houver um quadro de disfagia, conversar com a equipe multidisciplinar e buscar seguir as indicações para contornar esse grave problema.

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