Na oncologia, a radioterapia – ao lado da cirurgia, quimioterapia e imunoterapia – faz parte do tripé do tratamento do câncer.
Esses três recursos podem ser utilizados em conjunto ou individualmente. Em síntese, a radioterapia consiste no uso de raios de alta energia para destruir ou inibir o crescimento de células doentes. No tratamento de câncer de cabeça e pescoço pode ser indicada com objetivo de alcançar a cura; reduzir o risco de recidiva da doença; nos cuidados paliativos como parte das ações de manutenção da qualidade de vida, quando não há mais possibilidade de cura.
A administração da radioterapia pode ser externa (convencional) ou interna. Na radioterapia convencional, a irradiação do tumor é realizada com feixe externo de raios X ou de elétrons de alta energia, que são produzidos por um acelerador linear. No planejamento do tratamento, uma equipe multidisciplinar determina o tamanho, a forma e a direção do feixe, para tratar de maneira eficaz o tumor, poupando os tecidos sadios. O tumor recebe a radiação com doses fracionadas em várias sessões por semana, durante um período predeterminado, que varia de acordo com o plano elaborado para cada paciente.
Na radioterapia interna ou braquiterapia, o material radioativo é colocado com auxílio de instrumental específico próximo à lesão tumoral. O material pode ser um implante radioativo. Outra possibilidade é a radioterapia intraoperatória, realizada durante o procedimento cirúrgico para ressecção de um tumor. O equipamento é inserido no local do tumor para a aplicação da radiação em alta dose em apenas uma fração logo após a retirada do tumor.
Para o sucesso e manejo adequado do paciente durante um tratamento radioterápico, é fundamental o envolvimento da equipe multidisciplinar para o planejamento, administração e acompanhamento do paciente nos diferentes cuidados de cada caso. Entre os profissionais da equipe multidisciplinar estão: o médico oncologista; o rádio-oncologista; o físico médico; dosimetrista, tecnólogo; enfermagem especializada em oncologia; nutricionista; fonoaudiólogo; dentista, entre outros.
Durante o tratamento de câncer e cabeça e pescoço, a radioterapia pode irritar as mucosas que revestem a boca, a garganta e a parte superior do esôfago. Além disso, pode afetar outras estruturas na área de tratamento. Entre os possíveis efeitos colaterais do tratamento estão: problemas de pele, perda de cabelo, aftas, boca seca, alterações no paladar, problemas de deglutição, dor de ouvido, alteração na voz, problemas na visão, olhos secos e perda de visão, mandíbula rígida, perda de apetite, problemas dentários, náuseas e vômitos.
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